Um exame de imagem vale mais do que mil exames clínicos?

    Hoje vamos falar um pouco sobre a prescrição de exames de imagem no paciente com dor lombar crônica (DLC). Mas antes de darmos início a temática, é interessante que façamos os seguintes questionamentos. A imagem é realmente importante para tomar decisões clínicas no paciente com DLC? Quais os critérios adotados pelos profissionais de saúde na hora de prescrever um exame de imagem para um paciente com DLC? Qual o impacto que o diagnóstico de imagem traz para o prognóstico de pacientes com DLC?

    A prescrição de exames de imagem para pacientes com DLC é algo bastante discutido por profissionais de saúde, pois, estudos mostram que a maioria do exames de imagem solicitados por profissionais da área são desnecessários. Toda essa discussão está relacionada ao fato de que nem sempre uma alteração estrutural ou morfológica vista no exame de imagem representa um quadro de dor e/ou incapacidade. Ou seja, podemos ter exames que mostrem alterações estruturais em indivíduos assintomáticos, assim como podemos ter exames que não mostram nem um tipo de alteração em indivíduos com DLC.

    Os critérios para prescrição de exames de imagem para pacientes com DLC, baseados na literatura científica, incluem a presença de“bandeiras vermelhas” durante o exame clínico. As bandeiras vermelhas são uma série de sinais e sintomas que podem indicar algo mais grave como:  suspeita de abscesso epidural ou hematoma, suspeita de câncer, suspeita de síndrome da cauda equina, suspeita de infecção, suspeita de alguma doença neurodegenerativa progressiva grave, entre outros. Esta prática reafirma o preceito milenar que o exame clínico é soberano para o diagnóstico do paciente.

    No que diz respeito ao impacto do exame de imagem no prognóstico do paciente com DLC, podemos verificar que alterações estruturais não relevantes detectadas nos exames podem reforçar crenças negativas sobre a DLC,  dificultando a adesão de certas medidas terapêuticas. Além disso, temos impacto financeiro envolvido, uma vez que, o sistema de saúde acaba tendo um custo elevado com exames desnecessários, sobrecarga e dificuldade logística,  aumento na fila de espera para realização de exames, retardando o início do tratamento e dificultando acesso para as pessoas que realmente tem necessidade de um diagnóstico de imagem.

    E você gostou de saber mais sobre a indicação de exames radiológicos na DLC? Então acompanhe as postagens do Projeto Movimento! 

REFERÊNCIAS

ANDERSEN, J. C. Is immediate imaging important in managing low back pain?. Journal of athletic training, v.46, n.1, p.99-102, 2011.

CARRAGEE, E. J. et al. Discographic, MRI and psychosocial determinants of low back pain disability and remission: a prospective study in subjects with benign persistent back pain. The Spine Journal, v.5, n.1, p. 24-35, 2005.

MIN, A. et al. Clinical Decision Support Decreases Volume of Imaging for Low Back Pain in an Urban Emergency Department. Journal of the American College of Radiology, 2017.

RHODES, L. A. et al. The power of the visible: the meaning of diagnostic tests in chronic back pain. Social science & medicine, v.48, n.9, p.1189-1203, 1999.

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Saudações!

                                                        

   Nós resolvemos começar o ano encarando um desafio grande que é considerado um dos maiores na saúde em nosso país. Sim, estamos falando da dor crônica – em nosso caso, especificamente a dor crônica musculoesquelética. Sim, também sabemos que escutamos a respeito dela nas faculdades, nos consultórios, nas pesquisas ou até mesmo na nossa casa, afinal quem não conhece uma “Maria das Dores”. Então resolvemos começar um projeto para que essa roda de conversa alcance o vizinho. Queremos estudar a dor crônica, entender os mecanismos fisiopatológicos e comportamentais associados a ela, assim como as incapacidades e funcionalidades observadas com ela mas, além disso, queremos traduzir os achados do que lemos e fazemos para a população de Fortaleza. Somos do curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Ceará e queremos alcançar aquela pessoa que diz ter dor nas costas, nas juntas, nos quartos e outros cômodos e não sabe bem como agir diante disso. Tanto não sabem que muitos ficam parados por aí, com medo do que ela pode virar e seguem, parados, esperando por acesso a saúde, por possíveis tratamentos que demoram a chegar e, quando chegam, já estão diante de um quadro bem mais complexo de ser encarado. “Não vou fazer isso porque dói”; “melhor ficar quieto que passa”; “Ah, antes eu fazia de tudo, mas agora eu tenho medo de fazer e piorar”... são frases comuns que escutamos. Sabemos que a dor não pode ser encarada simplesmente assim. Já conhecemos também os benefícios do movimento (bem) orientado para melhora da funcionalidade daquele que sente dor crônica – como a literatura já tem informações importantes sobre isso! Mas como passar isso para o vizinho, ah, sim, aí nosso desafio ganha outro tamanho. Como traduzir a informação científica para que ele entenda? Como avalia-lo e saber qual a necessidade do seu sistema corporal? Como fazê-lo aderir às recomendações propostas para seu perfil? E, finalmente, como podemos ajudar nosso sistema de saúde a descomplicar um pouco a dor? Ah, essa desafio é bastante desafiador! E como se já não bastasse, queremos transmitir o conhecimento aos quatro cantos do mundo através deste blog. Multiplicar os benefícios deste projeto e promover mais saúde para quem nos lê. Vem com a gente? Movimente-se! 

Projeto Movimento

Nossa equipe

RAFAELA FERREIRA ALVES

Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Ceará (UFC); Extensionista do Projeto Movimento
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DAYSE SOARES FERNANDES

Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Ceará (UFC); Extensionista do Projeto Movimento
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Gabrielle Rodrigues Freire

Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Ceará (UFC); Extensionista do Projeto Movimento
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Catharina Nobre

Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Ceará (UFC); Extensionista do Projeto Movimento
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Ana Ellen Nascimento

Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Ceará (UFC); Extensionista do Projeto Movimento
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Saulo de Lima Silva

Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Ceará (UFC); Extensionista do Projeto Movimento
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Maíssa Helena

Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Ceará (UFC); Extensionista do Projeto Movimento
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Fabianna Resende de Jesus Moraleida

Fisioterapeuta, Doutoranda do programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação pela Universidade Federal de Minas Gerais, possui o título de mestre pelo mesmo programa (2009), com ênfase em Desempenho Motor e Funcional Humano. Possui especialização em Ortopedia e Esportes (2007) e graduação em...
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Ana Carla Lima Nunes

  Professora Assistente do Curso de Fisioterapia, Faculdade de Medicina (UFC). Graduada em Fisioterapia pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR), Especialista em Terapia Manual e Postural, Cesumar (PR), Osteopata pela Escola de Osteopatia de Madri (sede Campinas/SP), Mestre em Fisioterapia -...
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