Obesidade causa dor lombar crônica?

Gêmeos idênticos estão nos ajudando a responder esse mistério

            Dor na região lombar é muito comum no Brasil e ao redor do mundo. Acredita-se que a maior parte dos  brasileiros sentirá dor lombar em algum momento ao longo da vida. Dor lombar crônica (que ultrapassa três meses) é um dos motivos mais frequentes que leva indivíduos a se afastarem do trabalho e a procurarem assistência à saúde. Nos últimos anos, pesquisadores vêm dedicando grande esforço para identificar fatores relacionados ao surgimento de dor lombar crônica. Identificar esses fatores de risco abriria portas para criação de estratégias de prevenção com potencial de diminuir o número de acometidos e as consequências que a dor lombar gera aos indivíduos, suas famílias e à sociedade. Como diz a expressão popular: melhor prevenir do que remediar!

            Um dos fatores de risco que se acredita estar ligado ao surgimento de dor lombar crônica é a obesidade. Mecanismos como sobrecarga nas estruturas da coluna e inflamação sistêmica gerada pela obesidade foram propostos para explicar o possível link. Porém, apesar de muitos estudos nessa área, ainda não se tem evidência de que a obesidade causa dor lombar crônica. Investigando gêmeos, pesquisadores brasileiros do Grupo de Coluna da Universidade de Sydney – Austrália, estão propondo uma nova perspectiva para a associação entre obesidade e dor de coluna. Pares de gêmeos idênticos, porém discordantes para dor lombar, estão ajudando a decifrar esse mistério. Estudando gêmeos, pode-se controlar por diversos fatores que afetam o link entre obesidade e dor lombar, como a genética, os fatores ambientais e a possível interação entre eles (genética-ambiente). Assim, o estudo com pares de gêmeos permite identificar se obesidade esta diretamente associada (causa) a dor lombar.

            Dois estudos de gêmeos liderados pela Dra. Amabile Dario e pelo Dr. Paulo Ferreira, publicados no The European Spine Journal e The Spine Journal, sugerem que apesar de obesidade e dor lombar serem observados juntos em muitos indivíduos, parece que obesidade não é a causa primária de dor lombar crônica. Quando gêmeos idênticos são comparados, o peso do gêmeo com dor lombar não é maior do que do irmão sem dor lombar. Esses resultados indicam que obesidade não seria um fator determinante para a presença de dor lombar crônica.

Outra descoberta surpreendente dos estudos de gêmeos indica que fatores familiares, como a genética e ambiente familiar compartilhado, seriam os verdadeiros fatores de risco para dor lombar crônica. Você já deve ter escutado as expressões populares como “Puxou a mãe” ou “É igualzinho ao pai!”. O conhecimento proveniente de estudos com gêmeos está nos confirmando isso. Sabemos hoje que características de saúde, como a dor lombar crônica, são muito influenciadas por fatores familiares como a genética e o ambiente (ex: mesma casa e hábitos de vida). Assim, parece que obesidade não é o vilão principal para o surgimento de dor lombar crônica.

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   Nós resolvemos começar o ano encarando um desafio grande que é considerado um dos maiores na saúde em nosso país. Sim, estamos falando da dor crônica – em nosso caso, especificamente a dor crônica musculoesquelética. Sim, também sabemos que escutamos a respeito dela nas faculdades, nos consultórios, nas pesquisas ou até mesmo na nossa casa, afinal quem não conhece uma “Maria das Dores”. Então resolvemos começar um projeto para que essa roda de conversa alcance o vizinho. Queremos estudar a dor crônica, entender os mecanismos fisiopatológicos e comportamentais associados a ela, assim como as incapacidades e funcionalidades observadas com ela mas, além disso, queremos traduzir os achados do que lemos e fazemos para a população de Fortaleza. Somos do curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Ceará e queremos alcançar aquela pessoa que diz ter dor nas costas, nas juntas, nos quartos e outros cômodos e não sabe bem como agir diante disso. Tanto não sabem que muitos ficam parados por aí, com medo do que ela pode virar e seguem, parados, esperando por acesso a saúde, por possíveis tratamentos que demoram a chegar e, quando chegam, já estão diante de um quadro bem mais complexo de ser encarado. “Não vou fazer isso porque dói”; “melhor ficar quieto que passa”; “Ah, antes eu fazia de tudo, mas agora eu tenho medo de fazer e piorar”... são frases comuns que escutamos. Sabemos que a dor não pode ser encarada simplesmente assim. Já conhecemos também os benefícios do movimento (bem) orientado para melhora da funcionalidade daquele que sente dor crônica – como a literatura já tem informações importantes sobre isso! Mas como passar isso para o vizinho, ah, sim, aí nosso desafio ganha outro tamanho. Como traduzir a informação científica para que ele entenda? Como avalia-lo e saber qual a necessidade do seu sistema corporal? Como fazê-lo aderir às recomendações propostas para seu perfil? E, finalmente, como podemos ajudar nosso sistema de saúde a descomplicar um pouco a dor? Ah, essa desafio é bastante desafiador! E como se já não bastasse, queremos transmitir o conhecimento aos quatro cantos do mundo através deste blog. Multiplicar os benefícios deste projeto e promover mais saúde para quem nos lê. Vem com a gente? Movimente-se! 

Projeto Movimento

Nossa equipe

RAFAELA FERREIRA ALVES

Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Ceará (UFC); Extensionista do Projeto Movimento
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DAYSE SOARES FERNANDES

Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Ceará (UFC); Extensionista do Projeto Movimento
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Gabrielle Rodrigues Freire

Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Ceará (UFC); Extensionista do Projeto Movimento
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Catharina Nobre

Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Ceará (UFC); Extensionista do Projeto Movimento
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Ana Ellen Nascimento

Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Ceará (UFC); Extensionista do Projeto Movimento
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Saulo de Lima Silva

Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Ceará (UFC); Extensionista do Projeto Movimento
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Maíssa Helena

Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Ceará (UFC); Extensionista do Projeto Movimento
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Fabianna Resende de Jesus Moraleida

Fisioterapeuta, Doutoranda do programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação pela Universidade Federal de Minas Gerais, possui o título de mestre pelo mesmo programa (2009), com ênfase em Desempenho Motor e Funcional Humano. Possui especialização em Ortopedia e Esportes (2007) e graduação em...
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Ana Carla Lima Nunes

  Professora Assistente do Curso de Fisioterapia, Faculdade de Medicina (UFC). Graduada em Fisioterapia pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR), Especialista em Terapia Manual e Postural, Cesumar (PR), Osteopata pela Escola de Osteopatia de Madri (sede Campinas/SP), Mestre em Fisioterapia -...
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