Entendendo a origem da dor lombar
Olá, amigos do Movimento !!
Como já vimos aqui no nosso blog, a dor é uma experiência pessoal que envolve fatores físicos, emocionais, crenças e comportamentos. Além disso, a dor é um sinal que pode ser decorrente de diferentes circunstâncias, por isso é tão necessária a sua observação e classificação quanto à origem, para escolha do tratamento mais eficaz. Nesse contexto de uma condição de saúde altamente prevalente e incapacitante, a dor lombar vem sendo bastante estudada, sendo proposta uma classificação específica. Hoje vamos conhecer os três principais grupos de classificação da dor lombar e entender que a maioria dos casos tem bom prognóstico, ou seja, tem boa previsão de evolução.
O primeiro grupo abrange as patologias espinhais específicas e corresponde a cerca de 1% da população com dor lombar. Os casos mais comuns são de fraturas vertebrais, mas condições como câncer, infecção espinhal, espondiloartrite e síndrome da cauda equina também estão neste grupo. Geralmente tais afecções vão estar associadas a sintomas e histórias características e necessitam de maior investigação para a definição do diagnóstico definitivo.
Síndromes radiculares ou dor ciática formam outro agrupamento (5-10% dos casos). Neste conjunto a fonte das características clínicas reside nos nervos lombossacrais e podem está associadas a hérnias de disco, osteófitos (bicos de papagaio), espondilolistese (desalinhamento vertebral) ou estenose (estreitamento do canal medular). Dor irradiada para perna, fraqueza de musculatura do membro e trajetos bem definidos da dor são características comuns. Um detalhe importante é que nem sempre a dor na perna associada a dor lombar significa acometimento de estrutura nervosa. Existem compensações posturais provenientes da dor que também podem desencadear dor na perna.
O terceiro grupo envolve todos os pacientes que na avaliação não revelaram nenhuma evidência de patologia específica ou envolvimento do nervo espinhal como causa da dor. Daí a classificação da dor lombar como inespecífica ou mecânica. Cerca 90 - 95%, a maioria dos casos de dor lombar se enquadram nesse grupo, o que é bastante positivo, uma vez que, nesses casos, cuidados através de uma abordagem biopsicossocial do indivíduo se mostram como o caminho mais adequado. Um ponto interessante no manejo dessa população é que cuidados primários que incluem medidas como a prática de exercícios e educação do paciente são fundamentais para o gerenciamento da dor e melhora da funcionalidade.
Diante desse contexto, uma avaliação criteriosa e pautada no contexto biopsicossocial do paciente é fundamental para condução dos diferentes casos. Você está precisando de ajuda para lidar com a sua condição? O fisioterapeuta, como profissional que promove o movimento e a funcionalidade, pode lhe ajudar e a equipe do Projeto Movimento também.
#Movimentar é bom demais
REFERÊNCIAS:
Bardin LD, King P, Maher CG. Diagnostic triage for low back pain: a practica approach for primary care. MJA 206 (6) j 3 April 2017.