Entendendo a neurofisiologia da dor crônica: porque minha dor é persistente?
Olá, amigos do Movimento!
Dor, palavra pequena, experiência nada agradável. Basta ela aparecer e muitos se perguntam “por que eu sinto essa dor?” ou “por que minha dor não passa?”. Hoje, o Movimento vai explicar um pouco do que acontece no nosso corpo quando sentimos uma dor persistente.
A dor, apesar de desconfortável, é um sinal normal e importante do nosso corpo. Ela nos alerta sobre risco real ou potencial de lesão dos nossos tecidos e nos leva a uma reação de proteção. Imagine, se eu e você não tivéssemos esse alarme, estaríamos muito mais expostos a queimaduras graves, cortes e outras complicações.
Você que nos acompanha sabe que existem dois tipos de dor: a aguda e a crônica. A primeira está relacionada a uma curta duração e surge quando estímulos térmicos (calor), mecânicos (movimentos bruscos ou posturas mantidas) e químicos (substâncias) estimulam nocivamente nossas células receptoras podendo serem interpretados como uma informação dolorosa. Essa informação de dor segue por meio dos nervos e da medula muito rápido até o cérebro e lá fará você perceber a dor e elaborar uma resposta de proteção. A dor aguda costuma ser de fácil resolução após a retirada do estímulo.
Fonte: Google Imagens
A dor crônica é aquela que dura mais de 3 meses, persistindo mesmo não havendo uma lesão específica. Esse tipo de dor resulta de uma desregulação do sistema nervoso, uma sensibilização do nosso sistema. Mas como a dor aguda se torna crônica?
Acredita-se que essa sensibilização surge por um período de entrada maciça de estímulos que se sustenta mesmo sem novos estímulos devido a modificações ocorridas no sistema nervoso desde os nervos até o cérebro. Assim, o sistema nervoso fica sensibilizado, enviando informações dolorosas mesmo quando estimulado de forma não-nociva.
Fonte: Google Imagens
Dessa forma, entendemos que a grande maioria dos casos de dor lombar crônica não se dá por uma patologia séria, mas sim apresenta boa expectativa de recuperação. Nesse processo, a educação em saúde é fundamental. O Projeto Movimento inclui em sua prática clínica um componente educacional com linguagem fácil e simples sobre neurofisiologia da dor para o paciente. Quer aprender mais com gente? Entre em contato conosco e movimente-se!
Contatos: email - movimento.ufc@gmail.com Telefone - (85)85986503659
REFERÊNCIAS
NILS, Jo et al.How to explain central sensitization to patients with 'unexplained' chronic musculoskeletal pain: practice guidelines. Manual Therapy, v.16, n.5, p.413–418, 2011.
Tradução livre do livro “Explicando a Dor” de David Butler e Lorimer Moseley, por Rodrigo Rizzo.