Discussões semanais de artigo

Olá a todos! Essa semana vamos falar um pouquinho sobre a dor lombar crônica, que é a dor musculoesquelética crônica mais comum na atualidade. Alguém aí já escutou falar das Escolas de Coluna? Pois saibam que elas são uma das inspirações do Projeto Movimento. Vamos ver o que a ciência nos diz disso?
 
A dor lombar ou lombalgia está diretamente ligada a diversos casos de incapacidade funcional, o que acarreta a redução da capacidade de trabalho do indivíduo, tornando-se o tipo de morbidade responsável por elevados custos na sociedade ocidental. Embora a dor lombar raramente esteja associada a algum distúrbio grave, pacientes com lombalgia por um período de um a dois meses têm um risco elevado de desenvolver deficiência a longo prazo e há uma recorrente busca por tratamento. No mais, o processo de recuperação dos indivíduos com lombalgia crônica é lento, e as suas exigências sobre o sistema de saúde são grandes e caras.
 
Muitas intervenções terapêuticas foram realizadas e estudadas para o tratamento da lombalgia; no entanto, nenhum tratamento tem provado ser superior em comparação com qualquer outra. Consequentemente há discrepâncias entre países nas diversas diretrizes clínicas e recomendações terapêuticas para pacientes com lombalgia. Neste estudo, o objetivo é avaliar a eficácia do tratamento para a dor lombar (LBP) não específica oriundo da “Escola da Coluna” e suas modificações que foi originalmente introduzida por Zachrisson-Forsell, em 1969. 
 
A “Escola da Coluna” foi idealizada para ser capaz de evitar a recorrência de dor lombar e reduzir a dor através de atividades de prevenção e tratamento, composto de informações teórico-educativas, contendo prática de exercícios terapêuticos para a coluna. Consiste em quatro sessões de pequenos grupos agendadas por um período de duas semanas, cada sessão de 45 minutos. O conteúdo são informações sobre a anatomia e biomecânica da coluna, postura ideal, ergonomia e prescrição de exercícios.  Desde a sua introdução, a Escola traz uma série de variações na atualidade.
 
Dos estudos utilizados para a revisão, apenas seis estudos poderiam ser identificados como sendo de alta qualidade metodológica, sendo 13 de baixa qualidade. As deficiências metodológicas mais comumente identificadas foram à falta de cegamento dos pacientes, observadores e os prestadores de cuidados, método inadequado de randomização, ocultação de alocação, tratamento inadequado, a falta de prevenção junto com as intervenções e cumprimento insatisfatório com as intervenções. As limitações metodológicas relatadas não são exclusivas para os ensaios clínicos que avaliaram a eficácia das “escolas da coluna”, mas também tem sido demonstrada em ensaios sobre outros tratamentos conservadores para dor lombar crônica. 
 
Um fator interessante da Escola de Coluna, além da sua eficácia, é a caracterização dos pacientes participantes e o conteúdo dos programas. A maioria dos ensaios clínicos estudados não atendeu a esses critérios citados anteriormente. Por isso, recomenda-se que estudos futuros descrevam explicitamente aspectos clinicamente relevantes de programas de intervenção, assim como dos aspectos metodológicos em questão. 
 
Existe moderado nível de evidência que o tratamento proporcionado pela Escola de Coluna é mais eficaz do que outros tratamentos (exercícios, manipulação raquidiana ou  articular, terapia miofascial, e alguns tipos de instruções) para pacientes com lombalgia crônica, considerando como parâmetros a dor e o estatus funcional dos pacientes. Não há evidências de que essa diferença permaneça a longo prazo.
 
Em resumo, há evidência moderada de que as Escolas de Coluna, especialmente as que foram conduzidas com objetivo ocupacional e com influência sueca (em períodos de 3  a 5 semanas), são mais eficazes para os pacientes com dor lombar crónica e recorrente do que outros tratamentos e placebo, para a dor, estado funcional, e retorno ao trabalho a curto e médio prazo. 
 
As conclusões provenientes das revisões sistemáticas contribuem para o desenvolvimento e implementação das diretrizes para o tratamento da lombalgia crônica, assim como para o direcionamento das pesquisas sobre o tema.
Leitura interessante né? Nos faz refletir um pouco sobre a prática da fisioterapia baseada em evidências e a forma como a nossa profissão está fazendo ciência. Aproveitem para comentar os aspectos que consideram mais importantes do estudo, as perspectivas científicas na área e como aplicamos isto no projeto movimento. Vamos desenvolver o nosso lado crítico!
 
Artigo completo: Heymans et al 2005
Fonte da Imagem: Google
 
 

BEM-VINDO AO SITE DO MOVIMENTO

Saudações!

                                                        

   Nós resolvemos começar o ano encarando um desafio grande que é considerado um dos maiores na saúde em nosso país. Sim, estamos falando da dor crônica – em nosso caso, especificamente a dor crônica musculoesquelética. Sim, também sabemos que escutamos a respeito dela nas faculdades, nos consultórios, nas pesquisas ou até mesmo na nossa casa, afinal quem não conhece uma “Maria das Dores”. Então resolvemos começar um projeto para que essa roda de conversa alcance o vizinho. Queremos estudar a dor crônica, entender os mecanismos fisiopatológicos e comportamentais associados a ela, assim como as incapacidades e funcionalidades observadas com ela mas, além disso, queremos traduzir os achados do que lemos e fazemos para a população de Fortaleza. Somos do curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Ceará e queremos alcançar aquela pessoa que diz ter dor nas costas, nas juntas, nos quartos e outros cômodos e não sabe bem como agir diante disso. Tanto não sabem que muitos ficam parados por aí, com medo do que ela pode virar e seguem, parados, esperando por acesso a saúde, por possíveis tratamentos que demoram a chegar e, quando chegam, já estão diante de um quadro bem mais complexo de ser encarado. “Não vou fazer isso porque dói”; “melhor ficar quieto que passa”; “Ah, antes eu fazia de tudo, mas agora eu tenho medo de fazer e piorar”... são frases comuns que escutamos. Sabemos que a dor não pode ser encarada simplesmente assim. Já conhecemos também os benefícios do movimento (bem) orientado para melhora da funcionalidade daquele que sente dor crônica – como a literatura já tem informações importantes sobre isso! Mas como passar isso para o vizinho, ah, sim, aí nosso desafio ganha outro tamanho. Como traduzir a informação científica para que ele entenda? Como avalia-lo e saber qual a necessidade do seu sistema corporal? Como fazê-lo aderir às recomendações propostas para seu perfil? E, finalmente, como podemos ajudar nosso sistema de saúde a descomplicar um pouco a dor? Ah, essa desafio é bastante desafiador! E como se já não bastasse, queremos transmitir o conhecimento aos quatro cantos do mundo através deste blog. Multiplicar os benefícios deste projeto e promover mais saúde para quem nos lê. Vem com a gente? Movimente-se! 

Projeto Movimento

Nossa equipe

RAFAELA FERREIRA ALVES

Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Ceará (UFC); Extensionista do Projeto Movimento
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DAYSE SOARES FERNANDES

Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Ceará (UFC); Extensionista do Projeto Movimento
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Gabrielle Rodrigues Freire

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Saulo de Lima Silva

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Maíssa Helena

Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Ceará (UFC); Extensionista do Projeto Movimento
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Fabianna Resende de Jesus Moraleida

Fisioterapeuta, Doutoranda do programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação pela Universidade Federal de Minas Gerais, possui o título de mestre pelo mesmo programa (2009), com ênfase em Desempenho Motor e Funcional Humano. Possui especialização em Ortopedia e Esportes (2007) e graduação em...
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Ana Carla Lima Nunes

  Professora Assistente do Curso de Fisioterapia, Faculdade de Medicina (UFC). Graduada em Fisioterapia pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR), Especialista em Terapia Manual e Postural, Cesumar (PR), Osteopata pela Escola de Osteopatia de Madri (sede Campinas/SP), Mestre em Fisioterapia -...
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