Afinal, por que sentimos dor?
Afinal, por que sentimos dor?
Ninguém gosta de sentir dor e é natural querer evitá-la, afinal sentir dor não é nada agradável. Porém, você já parou para pensar por que nós sentimos dor? Será que ela possui alguma relação com o funcionamento correto do nosso organismo?
Embora seja considerada uma vilã, a dor é muito importante, pois a interpretação do estímulo nocivo (estímulo de dor) é fundamental para a nossa proteção. Acontece que, a partir de experiências anteriores, nós aprendemos a utilizar a dor como um sinal de alerta! Um sinal de que algo errado está acontecendo com o nosso corpo!
Essa função de alerta que a dor possui, promove comportamentos de proteção no nosso organismo. Por exemplo, imagine que você cortou seu dedo enquanto realizava algum trabalho. Inicialmente você sentirá dor, que é uma forma de alertar que aquela região está machucada. Em seguida os comportamentos de proteção surgem como quando você procura não mexer ou encostar a região machucada em nenhum lugar para não agravar ainda mais a lesão. Logo, se não sentíssemos dor, não conseguiríamos proteger nosso corpo adequadamente.
Desta forma, existem milhões de receptores espalhados pelo nosso corpo que são responsáveis por detectar estímulos térmicos (como queimaduras), mecânicos (como pancadas) ou químicos (ardência causada por um medicamento em um corte})
Quando esses estímulos são nocivos a ponto de desencadear dor, ocorre o estímulo das terminações nervosas livres. Assim, voltando ao exemplo anterior, o estimulo de dor será acionado no momento em que você corta o dedo, enviado por um nervo periférico até a medula espinhal. Uma vez que a informação chega à Medula, esta é enviada ao Tálamo, onde essa informação é modulada (ou processada) e enviada à outra região do cérebro chamado de Córtex. Como resposta de defesa são enviadas informações para órgãos efetores, como os músculos, produzindo reações de retirada, cujo objetivo é se livrar do agente causador da dor, como, por exemplo, retirar a mão rapidamente do mecanismo de lesão. É importante salientar que tudo isso ocorre em milésimos de segundo, mais precisamente, entre o momento em que você corta o dedo e o momento em que você retira a mão, por exemplo.
Em algumas situações, a dor pode persistir por muito mais tempo do que a lesão em si. Às vezes, nem mesmo houve uma lesão, mas uma desregulagem no sistema controlador. Nesses casos a dor não serve como função de alarmar nosso corpo a cerca de um dano real ou potencial. Essa dor, ao contrário da dor aguda, não possui um motivo aparente e é chamada de Dor Crônica.
A dor crônica pode durar meses ou anos, de caráter contínuo ou recorrente. Devido a sua longa duração, a dor crônica perde a função de alerta para a busca de uma causa, tornando-se a própria condição de saúde que debilita o paciente. Seu tratamento deve ser encarado com medidas de mudança de estilo de vida e não exclusivamente com medidas farmacológicas. É importante lembrar que a medicação deve ser sempre prescrita por um médico.
Portanto, a dor é parte do nosso sistema de defesa e está presente para nos advertir quando ultrapassamos nossos limites e corremos riscos, além de indicar que algo pode estar errado em nosso organismo. A dor sendo um sintoma deve ter sua causa investigada para que seu tratamento ocorra da maneira mais apropriada.