Importância do auto-gerenciamento para dor lombar

 

 

Olá amigos!

 

  Você que nos acompanha nas redes sociais deve lembrar que em Dezembro, compartilhamos com você nossa experiência de treinamento com a Doutora Riany Sena sobre princípios e métodos educacionais para o auto-gerenciamento da saúde dos pacientes com condições crônicas. Agora vamos esclarecer um pouco do que aprendemos sobre o tema para você.

 

  Afinal, você deve estar se perguntando, o que é auto-gerenciamento em saúde? E qual  sua importância?

 

  A autogestão de condições crônicas tornou-se uma estratégia muito importante nos dias de hoje, uma vez que estudos apontam a existência de uma baixa adesão dos pacientes ao tratamento. Nesse contexto, a crença de auto-controle da saúde que consiste no indivíduo acreditar ou não que os resultados desejados são dependentes de suas próprias ações pode influenciar na não adoção completa ou conclusão das intervenções propostas.

 

  Diante disso, uma possível solução é tornar o paciente um componente ativo do seu tratamento, desenvolvendo estratégias de auto-gerenciamento.

 

Mas como o paciente pode auto-gerenciar sua dor lombar? O auto-gerenciamento tem como base, principalmente, o monitoramento da própria condição de saúde e o desenvolvimento de habilidades a serem utilizadas no dia a dia para manejo dos sintomas, do tratamento, das consequências físicas, psicológicas e do estilo de vida. Nesse contexto, o terapeuta e o paciente tem responsabilidade compartilhada sobre o cuidado,  sendo o terapeuta um facilitador, um instrutor, alguém que motiva e orienta o paciente a desenvolver competências para o gerenciamento da dor lombar.

 

   Assim, algumas habilidades essenciais a serem desenvolvidas são:   

 

  • Resolução de problemas: o paciente precisa ser ensinado sobre habilidades básicas para resolução da dor. Consiste no empoderamento do paciente, no aprendizado de formas de relaxamento, de alongamento, modos de usar gelo ou calor para alívio da dor e exercícios específicos.

  • Tomada de decisão: os pacientes devem ser capazes de escolher no dia-a-dia quais medidas ensinadas o beneficiarão.  

  • Utilização dos recursos: Os indivíduos devem encontrar e utilizar os recursos de forma prática.

  • Parceria entre paciente-terapeuta: o papel do profissional de saúde é o de professor, parceiro e supervisor profissional.

  • Definição de metas e planejamento de ações: A definição de metas refere-se ao estímulo à participação ativa do paciente na sua gestão. Um exemplo prático pode ser a construção metas de acordo com as necessidades do paciente quanto ao tempo ou frequência semanal para um programa de exercícios ou caminhada.

  • Auto-adaptação: Esta consiste na escolha de comportamentos específicos por conta própria com base na aprendizagem de habilidades estruturadas e nas experiências, individualizando a gestão da dor. Assim o paciente vai modificando os fatores ao seu redor de acordo com sua realidade local, recursos disponíveis e suas necessidades.  Um exemplo é a escolha da caminhada com exercício regular, uma vez que é uma estratégia para fugir do sedentarismo, sendo mais conveniente a sua realidade.

 

   Diante de todas essas questões, muitos estudos vêm sendo feitos nessa área a fim de  verificar a eficácia do auto-gerenciamento para dor lombar crônica.  Um estudo publicado este ano encontrou que a autogestão proporcionou alívio moderado da intensidade da dor ao longo do primeiro ano, além de melhora moderada da incapacidade funcional imediatamente após a intervenção e a curto prazo, tendo efeito pequeno a longo prazo (Du et. al, 2017).

 

  Em outro estudo sobre o aconselhamento para a gestão da dor lombar, Dianne Liddle e colaboradores (2007) apontaram no artigo Advice for the management of low back pain: a systematic review of randomised controlled trials (Aconselhamento para gestão da dor lombar: uma revisão sistemática com metanálise) que para uma auto-gestão eficaz da dor lombar crônica, os pacientes precisam ser aconselhados a manterem exercícios apropriados e atividades funcionais.

 

Referências

 

1.Oliveira VC et al. Effectiveness of self-management of low back pain: systematic review with meta-analysis. Arthritis Care Res (Hoboken). 2012 Nov;64(11):1739-48.

 

2.Kurita GP, Pimenta CAM.Adesão ao tratamento da dor crônica e o locus de controle da saúde.Rev Esc Enferm USP. 2004; 38(3):254-61.

 

3.Du S et al. Self-management program for chronic low back pain: A systematic review and meta-analysis. Patient Educ Couns. 2017 Jan;100(1):37-49.

4.Liddle SD et al. Advice for the management of low back pain: a systematic review of randomised controlled trials. Manual Therapy 12 (2007) 310–327

 

BEM-VINDO AO SITE DO MOVIMENTO

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   Nós resolvemos começar o ano encarando um desafio grande que é considerado um dos maiores na saúde em nosso país. Sim, estamos falando da dor crônica – em nosso caso, especificamente a dor crônica musculoesquelética. Sim, também sabemos que escutamos a respeito dela nas faculdades, nos consultórios, nas pesquisas ou até mesmo na nossa casa, afinal quem não conhece uma “Maria das Dores”. Então resolvemos começar um projeto para que essa roda de conversa alcance o vizinho. Queremos estudar a dor crônica, entender os mecanismos fisiopatológicos e comportamentais associados a ela, assim como as incapacidades e funcionalidades observadas com ela mas, além disso, queremos traduzir os achados do que lemos e fazemos para a população de Fortaleza. Somos do curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Ceará e queremos alcançar aquela pessoa que diz ter dor nas costas, nas juntas, nos quartos e outros cômodos e não sabe bem como agir diante disso. Tanto não sabem que muitos ficam parados por aí, com medo do que ela pode virar e seguem, parados, esperando por acesso a saúde, por possíveis tratamentos que demoram a chegar e, quando chegam, já estão diante de um quadro bem mais complexo de ser encarado. “Não vou fazer isso porque dói”; “melhor ficar quieto que passa”; “Ah, antes eu fazia de tudo, mas agora eu tenho medo de fazer e piorar”... são frases comuns que escutamos. Sabemos que a dor não pode ser encarada simplesmente assim. Já conhecemos também os benefícios do movimento (bem) orientado para melhora da funcionalidade daquele que sente dor crônica – como a literatura já tem informações importantes sobre isso! Mas como passar isso para o vizinho, ah, sim, aí nosso desafio ganha outro tamanho. Como traduzir a informação científica para que ele entenda? Como avalia-lo e saber qual a necessidade do seu sistema corporal? Como fazê-lo aderir às recomendações propostas para seu perfil? E, finalmente, como podemos ajudar nosso sistema de saúde a descomplicar um pouco a dor? Ah, essa desafio é bastante desafiador! E como se já não bastasse, queremos transmitir o conhecimento aos quatro cantos do mundo através deste blog. Multiplicar os benefícios deste projeto e promover mais saúde para quem nos lê. Vem com a gente? Movimente-se! 

Projeto Movimento

Nossa equipe

RAFAELA FERREIRA ALVES

Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Ceará (UFC); Extensionista do Projeto Movimento
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DAYSE SOARES FERNANDES

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Saulo de Lima Silva

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Fabianna Resende de Jesus Moraleida

Fisioterapeuta, Doutoranda do programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação pela Universidade Federal de Minas Gerais, possui o título de mestre pelo mesmo programa (2009), com ênfase em Desempenho Motor e Funcional Humano. Possui especialização em Ortopedia e Esportes (2007) e graduação em...
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Ana Carla Lima Nunes

  Professora Assistente do Curso de Fisioterapia, Faculdade de Medicina (UFC). Graduada em Fisioterapia pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR), Especialista em Terapia Manual e Postural, Cesumar (PR), Osteopata pela Escola de Osteopatia de Madri (sede Campinas/SP), Mestre em Fisioterapia -...
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