A catastrofização e como ela pode influenciar a sua recuperação

Vamos falar de catastrofização da dor? Catastrofização pode ser definida como uma visão negativa a certos estímulos de dor, como por exemplo, as afirmações “Não posso mais suportar esta dor” e “Não importa o que fizer minhas dores não mudarão”. Frequentemente, ela tem sido relacionada a resultados funcionais negativos, como a diminuição da realização das atividades diárias, e a permanência doquadro de dor.

Acredita-se que a catastrofização apresenta influência direta sobre os mecanismos neurofisiológicos que envolvem a representação da dor em nosso corpo. Em outras palavras, a catastrofização parece influenciar as vias que levam as informações sensoriais de dor até o cérebro, onde são processadas e geradas respostas de acordo com o estímulo recebido pelo corpo.

 

 

 

 

 

A catastrofização da dor é caracterizada por três componentes:

  • Ruminação – é quando o paciente apresenta uma preferência em concentrar-se excessivamente nas sensações de dor por pensamentos repetitivos, ou seja, sente dificuldades em desviar a atenção de pensamentos relacionados a dor;  
  • Magnificação - consiste na ampliação das situações desagradáveis;
  • Desamparo - quando o indivíduo percebe-se sendo incapaz de controlar os seus sintomas de dor.

Em uma das pesquisas realizadas pelo investigador Sullivan e seus colaboradores (2009), ele descreve como a catastrofização poderia influenciar a recuperação da condição de saúde de uma pessoa. Pensamentos catastróficos sobre à dor podem levar à um comportamento de evitar fazer algumas atividades por medo, o que está associado à a uma maior cinesiofobia (quando um indivíduo tem medo excessivo de realizar movimento). O indivíduo aumenta assim o seu medo de se lesionar, e adquire um comportamento de desuso do corpo já que deixará de realizar diversas atividades do cotidiano ou do trabalho, resultando em incapacidade e perda de qualidade de vida. Estando com pensamentos negativos e incapacitado, as chances dessa pessoa aumentar a catastrofização são ainda maiores, e isso pode dar início a um ciclo vicioso da catastrofização que irá influenciar de forma negativa a sua recuperação.

Algumas estratégias que podem ser adotadas para tentar quebrar esse ciclo vicioso são:

  • Realize exercício físico regular e progressivo para diminuir de modo progressivo o medo excessivo, evitando o comportamento de desuso;
  • Evite prender-se excessivamente nas sensações de dor, tentando contorná-la, por exemplo, realizando uma atividade que goste para mudar o foco, como assistir televisão, alongar-se, ou outras atividades de lazer;
  • Sempre que sentir-se incapaz de controlar a dor, procure um profissional especializado para ajudar.

Ler mais em:

EDWARDS, R. R. et al. Catastrophizing and depressive symptoms as prospective predictors of outcomes following total knee replacement. Pain Research & Management, v. 14, n. 4, p. 307–311, 2009. Disponível em: <https://www.hindawi.com/journals/prm/2009/273783/%5Cnhttps://ovidsp.ovid.com/ovidweb.cgi?T=JS&PAGE=reference&D=psyc6&NEWS=N&AN=2009-17257-005>.

BALIZA, G. A.; LOPES, R. A.; DIAS, R. C. O papel da catastrofização da dor no prognóstico e tratamento de idosos com osteoartrite de joelho: uma revisão crítica da literatura. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 17, n. 2, p. 439–449, 2014. Disponível em: <https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-98232014000200439&lng=en&nrm=iso&tlng=pt>.

SULLIVAN, M. et al. Psychological determinants of problematic outcomes following Total Knee Arthroplasty. Pain, v. 143, n. 1–2, p. 123–129, 2009.

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Saudações!

                                                        

   Nós resolvemos começar o ano encarando um desafio grande que é considerado um dos maiores na saúde em nosso país. Sim, estamos falando da dor crônica – em nosso caso, especificamente a dor crônica musculoesquelética. Sim, também sabemos que escutamos a respeito dela nas faculdades, nos consultórios, nas pesquisas ou até mesmo na nossa casa, afinal quem não conhece uma “Maria das Dores”. Então resolvemos começar um projeto para que essa roda de conversa alcance o vizinho. Queremos estudar a dor crônica, entender os mecanismos fisiopatológicos e comportamentais associados a ela, assim como as incapacidades e funcionalidades observadas com ela mas, além disso, queremos traduzir os achados do que lemos e fazemos para a população de Fortaleza. Somos do curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Ceará e queremos alcançar aquela pessoa que diz ter dor nas costas, nas juntas, nos quartos e outros cômodos e não sabe bem como agir diante disso. Tanto não sabem que muitos ficam parados por aí, com medo do que ela pode virar e seguem, parados, esperando por acesso a saúde, por possíveis tratamentos que demoram a chegar e, quando chegam, já estão diante de um quadro bem mais complexo de ser encarado. “Não vou fazer isso porque dói”; “melhor ficar quieto que passa”; “Ah, antes eu fazia de tudo, mas agora eu tenho medo de fazer e piorar”... são frases comuns que escutamos. Sabemos que a dor não pode ser encarada simplesmente assim. Já conhecemos também os benefícios do movimento (bem) orientado para melhora da funcionalidade daquele que sente dor crônica – como a literatura já tem informações importantes sobre isso! Mas como passar isso para o vizinho, ah, sim, aí nosso desafio ganha outro tamanho. Como traduzir a informação científica para que ele entenda? Como avalia-lo e saber qual a necessidade do seu sistema corporal? Como fazê-lo aderir às recomendações propostas para seu perfil? E, finalmente, como podemos ajudar nosso sistema de saúde a descomplicar um pouco a dor? Ah, essa desafio é bastante desafiador! E como se já não bastasse, queremos transmitir o conhecimento aos quatro cantos do mundo através deste blog. Multiplicar os benefícios deste projeto e promover mais saúde para quem nos lê. Vem com a gente? Movimente-se! 

Projeto Movimento

Nossa equipe

RAFAELA FERREIRA ALVES

Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Ceará (UFC); Extensionista do Projeto Movimento
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DAYSE SOARES FERNANDES

Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Ceará (UFC); Extensionista do Projeto Movimento
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Gabrielle Rodrigues Freire

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Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Universidade Federal do Ceará (UFC); Extensionista do Projeto Movimento
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Ana Ellen Nascimento

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Saulo de Lima Silva

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Maíssa Helena

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Fabianna Resende de Jesus Moraleida

Fisioterapeuta, Doutoranda do programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação pela Universidade Federal de Minas Gerais, possui o título de mestre pelo mesmo programa (2009), com ênfase em Desempenho Motor e Funcional Humano. Possui especialização em Ortopedia e Esportes (2007) e graduação em...
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Ana Carla Lima Nunes

  Professora Assistente do Curso de Fisioterapia, Faculdade de Medicina (UFC). Graduada em Fisioterapia pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR), Especialista em Terapia Manual e Postural, Cesumar (PR), Osteopata pela Escola de Osteopatia de Madri (sede Campinas/SP), Mestre em Fisioterapia -...
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